Terapia Comportamental-Dialética

Você já ouviu falar sobre Terapia Comportamental Dialética, mas não tem certeza do que se trata realmente? Não se preocupe, vamos esclarecer isso agora. A DBT é uma abordagem psicoterapêutica que integra técnicas cognitivas e comportamentais para promover mudanças significativas em nossas vidas, construindo um caminho em direção a uma vida alinhada com nossos valores e fornecendo habilidades para enfrentarmos as dificuldades que surgem na jornada, também foca muito no equilíbrio entre mudança e aceitação (dialética). A sigla "DBT" deriva do nome em inglês Dialectical Behavior Therapy e refere-se a "Terapia Comportamental Dialética", que também pode ser encontrada como TCD em alguns locais (sigla derivada do nome em português). 

Entendendo a DBT: Como funciona o tratamento?

A DBT tem um formato de terapia um pouco diferente de outras abordagens, além da terapia individual existem também outros "braços", ou outros modos  que completam o tratamento. Veja abaixo como o tratamento padrão é formado:

• a terapia individual: sessões semanais realizadas que passa por alguns estágios que vão desde o pré-tratamento até o estágio 4 (final). 

• o treinamento de habilidades: onde o paciente passa por vários módulos de treinamento para aprender recursos de mindfulness, regulação emocional, tolerância ao mal-estar e efetividade interpessoal, com o objetivo de conseguir lidar com suas emoções, dificuldades que surgem no dia a dia e realmente aplicar no cotidiano aquilo que é o objetivo central da terapia: construir uma vida que vale a pena ser vivida!

• o coaching telefônico: que é um suporte que o terapeuta oferece ao paciente entre as sessões.

• o grupo de consultoria: o terapeuta também precisa participar de um de pares com outros psicólogos que também atendem em DBT.

  Quando temos todos esses elementos falamos em um tratamento padrão em DBT.

E aí, vamos juntos construir essa vida que vale a pena ser vivida? Agora que você já conhece um pouco mais sobre o tratamento, é hora de agendar a sua sessão!

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Essa abordagem foi desenvolvida pela Marsha Linehan, no início da década de 80 e tinha como foco de tratamento pessoas com grave desregulação emocional com comportamentos auto lesivos sem intencionalidade suicida (CASIS) e condutas suicidas crônicas. Atualmente a DBT é padrão ouro de tratamento para pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline (TPB), além de também ser aplicada em diversos contextos clínicos. 

Teoria biossocial da desregulação emocional e comportamental

Na tentativa de compreender por que algumas pessoas, como aquelas que possuem o diagnóstico de Transtorno da Personalidade Borderline, tem maior dificuldade para controlar as emoções e ações, Marsha Linehan encontrou dois fatores que compõe o que chamamos de teoria biossocial, são eles:

• VULNERABILIDADE BIOLÓGICA, ou seja, essas pessoas: "são mais sensíveis aos estímulos emocionais; são capazes de detectar informações emocionais sutis no ambiente que outras pessoas sequer percebem.; Elas sentem emoções com muito mais frequência do que os outros.; Suas emoções parecem surgir sem nenhum motivo, inesperadamente.; Elas têm emoções mais intensas.; Suas emoções surgem com uma força descomunal.; Suas emoções são duradouras." Além disso, a impulsividade também tem uma base biológica e regular a ação é mais difícil para algumas pessoas do que para outras.¹

Como a DBT pode te ajudar? 

Ao contrário de algumas abordagens mais teóricas, a DBT é altamente prática e orientada para a ação. Ao longo do tratamento, você aprenderá habilidades concretas que podem ser aplicadas imediatamente na sua vida para lidar com emoções intensas, conflitos interpessoais e outros desafios. Em todo o caminho o foco também está direcionado a sua autonomia, para que você possa lidar cada vez melhor com os problemas que surgem no dia a dia. O ponto principal, para além de todos esses recursos, está na ajuda para entender de modo mais claro seus valores de vida e construir um caminho em direção a uma vida que vale a pena ser vivida!

• AMBIENTE INVALIDANTE que se caracteriza da seguinte forma:"Um ambiente invalidante não parece compreender suas emoções.; Ele lhe diz que suas emoções são inválidas, estranhas, erradas ou ruins.; Ele com frequência ignora suas reações emocionais e não faz nada para lhe ajudar.; Ele pode dizer coisas como “Não seja tão infantil!”, “Pare sua choradeira”, “Deixe de ser covarde e resolva o problema” ou “Pessoas normais não ficam frustradas assim”.;¹

  "As pessoas que invalidam COM FREQUÊNCIA FAZEM O MELHOR QUE PODEM.; Elas podem não saber como validar ou o quanto é importante validar, ou, ainda, podem ter medo de que, se validarem suas emoções, você ficará mais emotivo, em vez de menos.; Podem estar sob alto estresse ou pressão de tempo, ou, ainda, elas próprias podem ter poucos recursos.; Pode haver um ajuste pobre entre você e seu ambiente: Você pode ser uma tulipa em um jardim de rosas."¹

A interação entre vulnerabilidades biológicas (como predisposições genéticas e sensibilidade emocional aumentada) e experiências ambientais invalidantes (como trauma e ambientes familiares disfuncionais) contribuem para o desenvolvimento de problemas de regulação emocional.

¹ Fonte: Treinamento de Habilidades em DBT: Manual de Terapia Comportamental Dialética para o Paciente